Um aluno, com 10 anos, do 5º ano de uma escola em Faro agrediu à dentada uma professora, um caso que envolveu a polícia e do qual a docente pretende apresentar queixa nos próximos dias
Em declarações à Lusa, a professora Ana Lares, docente de Inglês há 33 anos e a trabalhar no agrupamento de escolas do 1º, 2º e 3º ciclos da escola Neves Júnior, em Faro, disse ter sido mordida num braço quinta-feira, depois de um desacato provocado pelo aluno durante uma aula de estudo acompanhado.
"É um aluno que tem um historial de desestabilização em várias aulas, que estava a comportar-se mal. Quando pedi para me dar a caderneta para enviar um recado ao encarregado de educação atirou-a contra mim, mas caiu no chão. Depois começou a atirar coisas para o chão e aos pontapés a elas", explicou a docente.
Ana Lares precisou que, como era uma aula de estudo acompanhado, estava no local a directora de turma do aluno, que interveio e pediu ao menor para apanhar os objectos do chão, "um dos quais uma folha de papel que amarrotou e atirou" contra a colega.
Entretanto tocou a campainha para o intervalo e a directora de turma decidiu castigar o aluno, não lhe permitindo sair da sala de aula, tendo ficado vigiado por uma empregada.
Quando as docentes saíram começaram a ouvir barulho causado por "pontapés que ele estava a dar nas mesas e cadeiras".
"O aluno fugiu depois da sala de aula, mas a directora de turma interceptou-o e agarrou-o por um braço para o levar ao Conselho Executivo. Quando chegou às escadas, agarrou-se ao corrimão e foi aí que achei que devia intervir, retirando-lhe a outra mão do corrimão. Quando se sentiu impotente com os dois braços agarrados, mordeu-me por cima de um casaco de cabedal e ainda hoje tenho uma nódoa roxa no braço", contou Ana Lares.
O estudante foi levado ao Conselho Executivo da escola, mas não estava presente nenhum responsável, e a professora pediu então a presença no local da PSP, tendo um elemento da Escola Segura estado nas instalações 15 minutos depois para registar a ocorrência.
A directora de turma chamou à escola a encarregada de educação, que é representante dos encarregados de educação da turma do filho.
"Ela faz muita fé no miúdo, que mente, e acusou-nos de perseguirmos o filho, mas quando entrei na sala e o confrontei, ela percebeu que as coisas eram a sério", acrescentou.
A professora tem agora um prazo legal de seis meses para apresentar queixa e assegurou que vai fazê-lo nos próximos dias.
O presidente do Conselho Executivo, Francisco Soares, confirmou à Lusa ter recebido esta manhã o processo na sua secretária, com a exposição de um acto disciplinar da professora de Inglês e adiantou que vai analisar o documento e se houver prova do indício "age-se disciplinarmente".
"Qualquer atitude de violência na escola tem que ter um enquadramento disciplinar", declarou o professor, referindo, no entanto que as intervenções pedagógicas para com um aluno de 10 anos passam principalmente por fazer "reintegração" através do diálogo e da partilha de outros valores, que não os da violência.
JN
Em declarações à Lusa, a professora Ana Lares, docente de Inglês há 33 anos e a trabalhar no agrupamento de escolas do 1º, 2º e 3º ciclos da escola Neves Júnior, em Faro, disse ter sido mordida num braço quinta-feira, depois de um desacato provocado pelo aluno durante uma aula de estudo acompanhado.
"É um aluno que tem um historial de desestabilização em várias aulas, que estava a comportar-se mal. Quando pedi para me dar a caderneta para enviar um recado ao encarregado de educação atirou-a contra mim, mas caiu no chão. Depois começou a atirar coisas para o chão e aos pontapés a elas", explicou a docente.
Ana Lares precisou que, como era uma aula de estudo acompanhado, estava no local a directora de turma do aluno, que interveio e pediu ao menor para apanhar os objectos do chão, "um dos quais uma folha de papel que amarrotou e atirou" contra a colega.
Entretanto tocou a campainha para o intervalo e a directora de turma decidiu castigar o aluno, não lhe permitindo sair da sala de aula, tendo ficado vigiado por uma empregada.
Quando as docentes saíram começaram a ouvir barulho causado por "pontapés que ele estava a dar nas mesas e cadeiras".
"O aluno fugiu depois da sala de aula, mas a directora de turma interceptou-o e agarrou-o por um braço para o levar ao Conselho Executivo. Quando chegou às escadas, agarrou-se ao corrimão e foi aí que achei que devia intervir, retirando-lhe a outra mão do corrimão. Quando se sentiu impotente com os dois braços agarrados, mordeu-me por cima de um casaco de cabedal e ainda hoje tenho uma nódoa roxa no braço", contou Ana Lares.
O estudante foi levado ao Conselho Executivo da escola, mas não estava presente nenhum responsável, e a professora pediu então a presença no local da PSP, tendo um elemento da Escola Segura estado nas instalações 15 minutos depois para registar a ocorrência.
A directora de turma chamou à escola a encarregada de educação, que é representante dos encarregados de educação da turma do filho.
"Ela faz muita fé no miúdo, que mente, e acusou-nos de perseguirmos o filho, mas quando entrei na sala e o confrontei, ela percebeu que as coisas eram a sério", acrescentou.
A professora tem agora um prazo legal de seis meses para apresentar queixa e assegurou que vai fazê-lo nos próximos dias.
O presidente do Conselho Executivo, Francisco Soares, confirmou à Lusa ter recebido esta manhã o processo na sua secretária, com a exposição de um acto disciplinar da professora de Inglês e adiantou que vai analisar o documento e se houver prova do indício "age-se disciplinarmente".
"Qualquer atitude de violência na escola tem que ter um enquadramento disciplinar", declarou o professor, referindo, no entanto que as intervenções pedagógicas para com um aluno de 10 anos passam principalmente por fazer "reintegração" através do diálogo e da partilha de outros valores, que não os da violência.
JN